domingo, outubro 26, 2008

The Story

The Story


All of these lines across my face
Tell you the story of who I am
So many stories of where I've been
And how I got to where I am
But these stories don't mean anything
When you've got no one to tell them to
It's true...I was made for you
I climbed across the mountain tops
Swam all across the ocean blue
I crossed all the lines and I broke all the rules
But baby I broke them all for you
Because even when I was flat broke
You made me feel like a million bucks
You doI was made for you
You see the smile that's on my mouth
It's hiding the words that don't come out
And all of my friends who think that I'm blessed
They don't know my head is a mess
No, they don't know who I really am
And they don't know what I've been through like you do
And I was made for you...
All of these lines across my face
Tell you the story of who I am
So many stories of where I've been
And how I got to where I am
But these stories don't mean anything
When you've got no one to tell them to
It's true...I was made for you

[ The Story Lyrics on http://www.lyricsmania.com/ ]

http://www.youtube.com/watch?v=xq-ZmAYLeB8

Há muito tempo que não havia uma música que mexesse tanto comigo e com a qual tanto me identificasse!

segunda-feira, outubro 13, 2008

Há quanto tempo...........tanto silêncio!!!!!!

Após tão longa ausência consegui disponibilidade mental para voltar a escrever. As asas têm andado muito encollhidas e impedidas da sua função que é voar, por muitas e variadas circunstâncias, mas o desejo de voar é recorrente em mim e penso que voltou em força, embora o tempo continue a escassear, mas a vontade de escrever algo é mais forte que tudo o resto!
Os meus dias correm velozes, deviam ter 96 horas, quase não páro, não tenho tempo para ler, o que deixa doida, mas vai dando para pensar e clarificar ideias. Como não tem havido tempo para muitas novidades, andei na biblioteca da memória a vasculhar, fechei os olhos e a primeira pessoa que me ocorreu para ler foi o meu ilustre conterrâneo, que cada vez admiro mais, o poema é um clássico, mas não me canso de o ler, reler, cantar e ouvir:



Trova do vento que passa

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.
Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.
Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.
Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.
Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.
E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.
Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.
Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).
Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.
E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.
Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.
E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.
Quatro folhas tem o trevo
liberdade quatro sílabas.
Não sabem ler é verdade
aqueles pra quem eu escrevo.
Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.
Mesmo na noite mais triste
em tempo de sevidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

Manuel Alegre

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Porque

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Silêncio e Ausência

Hoje reparei que há que tempos que não escrevia nada.....o tempo tem corrido tão veloz, a minha vida mudou tanto neste último mês, que nem dei pelo passar do tempo! Mudou a minha vida e mudei eu....Voltei a fazer o que gosto, o que sei e ainda por cima com uma equipa fabulosa....ainda ando nas nuvens.....!!! Desejo que a mudança tenha vindo para ficar e ainda vá continuar a todos os níveis...Já era tempo de o sol voltar a brilhar e de os meus olhos recuperarem o seu brilho característico.....e de me voltar a encantar com pequenos detalhes e pequenos nadas.......
No entanto, é urgente criar novos ritmos e recuperar hábitos antigos como escrever e ler!

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Cinco Hábitos estranhos......

A pedido de várias famílias aqui ficam os meus:

-livros/leitura/livros- compulsivamente, ler, comprar, ver, comprar, ler de preferência durante a madrugada e deitada na cama.
-música: ouvida, cantada, trauteada e ultimamente o slsk para tirar música, música, música, foi mais ou menos o mesmo que pôr um guloso numa loja de guloseimas!
-verificar sempre se o carro ficou travado e engatado, voltar atrás, depois de já ter confirmado ao sair do mesmo- não vá o diabo tece-las! Acontece desde que ficou travado, mas desengatado e só parou no muro do vizinho com a traseira desfeita...
- não atender números confidenciais no telemóvel a menos que suspeite serem os meus pais e verificar sempre primeiro os números identificados que não conheço.
- gostar de coisas horríveis aos olhos da maioria das pessoas, como mioleira e estar-me perfeitamente "nas tintas" para as vacas loucas! O chato é que graças a isso desapareceram as mioleiras de vaca que, pelo seu tamanho, eram deliciosas mexidas com ovos!Felizmente ainda não há porcos, leitões nem coelhos loucos!!!

Pronto, passo o testemunho a:

http://adoro-ler.blogspot.com/
http://blogaurelia.blogspot.com/
http://o-meu-pai-e-eu.blogspot.com/
http://depositariodeideias.blogspot.com//

sexta-feira, fevereiro 03, 2006







TIEMPO Y SILENCIO
Una casa en el cielo
Un jardin en el mar
Una alonda en tu pecho
Un volver a empezar

Un deseo de estrallas
Un latir de gorrión
Una isla en tu cama
Una puesta de sol

Nacer en tu risa
Crecer en tu llanto
Vivir en tu espalda
Morir en tus brazos

Tiempo y silencio
Gritos y cantos
Cielos y besos
Voz y quebranto
(Pedro Guerra/ Luis Pastor)

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Pensamentos Inconjuntos.......ou talvez não?!



Ultimamente não tenho escrito nada, parece que ando a falar pelas palavras dos outros, mas a minha mente tem andado tão dispersa que não tenho conseguido alinhavar um discurso coerente para escrever e, então, vou deixando falar o meu espírito e o que mexe comigo nesse dia.....que têm sido as palavras e as músicas dos outros........Há alturas assim!
Apetece-me escrever, mas não me apetece, ou, por outra, não me apetece escrever sobre nada em concreto.
Sinto-me confusa comigo mesma, quero não sei bem o quê. Ainda não consegui concluir qual a essência da vida, parece-me que seja a felicidade, mas qual felicidade?
Ao pensar na vida esta parece-me muito redutora, é muito pequena e tem pouquíssimo tempo para tudo aquilo que me falta aprender, que me falta ensinar, que que me falta fazer. se calhar os meus horizontes é que são demasiado ambiciosos........Às vezes, acho que deviam existir mais vidas, ou então mais eus para poder concretizar tudo o que ambiciono. Acho que um corpo só é pouco para abrigar tantas personalidades que coabitam em mim: a "normal"- a certinha direitinha, a objectiva, a sonhadora, a idealista, a lutadora, a realista, a boa pessoa e a má também... Enfim, into-me assim mais ou menos como um "saco de gatos" em que a coexistência não tem nada de pacífico.....Há muita guerra interna, todas as eus querem fazer-se pervalecer e como gerir isto tudo, então? E o pior ainda é a guerrilha urbana que habita em mim, vai minando, minando....
Quando penso objectivamente, penso como posso ser tão díspar: há a parte "teen" que mantém o sonho, a luta pelos ideais, o pensar que vou mudar o mundo, que quase toda a gente é boa e recta e há a outra, aquela a quem a vida já ensinou umas coisitas(mais do que eu gostaria, confesso!) que lá vem lembrar que é preciso ser realista, calculista, fria, senão não há sucesso neste mundo malfadado no qual vivemos. Sim, porque tenho vindo a concluir que quem se safa são os filhos da p... que para aí andam, quanto mais fazem, mais sucesso a vida lhes proporciona!
Com esta idade ainda me consigo surpreender com as pessoas....sobretudo com pessoas que conheço de vista desde sempre e que depois contacto que pensava que eram uma coisa e são outra.....e têm sucesso!
Por falar em mundo em que vivemos.....será normal sentir tristeza e angústia ao descobrir que uma pessoa que conhecemos em tempos morreu.......há 10 anos? Descobri este fim de semana essa realidade ao arrumar uns CDs antigos meus e do meu irmão, foi como quem me queimou as mãos, ver o nome dessa pessoa escrito no interior da capa do CD com um "in memoriam".....desatei a chorar não sei bem porquê...Ainda há pouco tempo me lembrei do rapaz e pensei que faria ele agora?, que devia ser médico num qualquer hospital deste país e recordei a sua alegria contagiante, o seu sorriso e a sua simplicidade! Doeu tanto ver aquilo ali escrito e mais saber que aquela verdade viveu lá em casa estes anos todos e nunca dei por ela. Achei que devia ser mentira, não podia ser ele, porque ninguém morre aos 20 e poucos anos...Infelizmente já não mantenho contactos desses tempos, pois eram amigos do meu namorado da altura, do qual, também, apesar de tudo o que se passou, lamento ter perdido o contacto, pois era uma pessoa fabulosa. É uma pessoa que admiro, pois embora tendo princípios muito diferentes dos meus a nível ideológico, fruto de uma educação nuito mais à esquerda que a minha, tinha o melhor da cultura comunista: a cultura, a música, o humanismo, mas também tinha um valor que muito aprecio: a ambição...Não me alongo mais, que a elegia não é para ele...que, felizmente, penso estar bem, ser feliz, segundo alguns zunzuns que por vezes me soam, e ter conseguido o que queria da vida. Do fundo do coração, parabéns a ele e fico feliz por sabe-lo assim.
Voltando a mim, estou a ver, naminha mesa de cabeceira, um livro que recebi ontem da Maeve Binchy e cujo nome é apropositado para exprimir exactamente o que sinto: "Sonhos desfeitos"! Quando olho para mim e vejo que, na sua essência, falhei em quase todos os meus sonhos, fico assim, apalermada e, tal como outro livro da mesa de cabeceira, sinto-me "Império à deriva"...parece que ando a escolher as minhas leituras pelo título mas são coincidências....continuando, também cá está outo, que espero vir a ser a salvação: Terapia....sim, que era disso que eu precisava, terapia da alma, do espírito.
Já pensei se seria patológico, se eu serei bipolar, mas não posso saber muito bem, porque, como eu nunca tive propriamente personalidade definida, se leio muito sobre características dos bipolares, vou achá-las todas em mim..... Por falar em definida, já perguntei a psicólogos o significado duma outra característica minha: o facto de não ter caligrafia definida...a minha letra é função das letras que eu vir na altura; na escola quem sofria eram os profs., pois ao fim de 15 dias a minha letra era igual à do colega de carteira.....e, na faculdade, a caligrafia era a dos apontamentos por onde estudava no momento....só que ainda ninguém me conseguiu explicar o que isto é nem o seu porquê. acho que vou mandar um email ao Eduardo Sá, como ele é psicólogo e escreve umas coisas que tenho gostado de ler.....pode ser que descubra o que se passa!
Voltando a mim.......ando definitivamente num período triste, quase depressivo ou será depressivo mesmo? Ando meia alheada, tipo anestesiada da vida e na vida....voltei a vestir-me toda de preto...há anos que isto não acontecia...a ouvir Dead Can Dance, Arcan e Adriano Correia de Oliveira.....já pensei que essa fase estava enterrada....fui buscar o blusão de penas preto ao armário das antiguidades....sim, porque não fora a minha mãe ir pondo fora umas coisas à sucapa, eu ainda hoje tinha as minhas roupas todas...mesmo e sobretudo as pretas....(Desse tempo sobreviveu o blusão de penas! Senti-me tranquila, por momentos com ele!).....e também todas as minhas outras coisas. Imaginam que eu tenho todos os credifones que alguma vez comprei guardados???? Ridículo, não? Eu penso, por vezes, que o meu problema reside todo aí: eu não ponho nada fora(excepto o que é manifestamente lixo)...guardo religiosamente todo o meu espólio a todos os níveis! Espólio de teres, haveres e seres!....Isto mina-me porque me inpede de ver o hoje com clarividência....ou será que por ver o hoje com clarividência é que procedo assim, não me conseguindo desfazer do passado mais distantes??
Será que aos 35 anos se pode ter uma crise existêncial? Eu pensava que era só dos 15 aos 20 e tal, mas afinal parece que não......se calhar estou mesmo a atravessar uma crise existêncial...apetecia-me fazer um retiro desta realidade, ir um ano para um mosteiro para o Tibete, à procura de qualquer coisa, um novo rumo, um novo eu, ou, pelo menos, um eu arrumadinho (como a minha pasta do Soulseek!). Depois de uma fase agnóstica, se calhar estou a ficar mística.....ando á procura de qualquer coisa que me encontre, me dê paz de espírito e tranquilidade....acho que ando à procura de mim!!!!Do meu verdadeiro eu.
Sinto que até qui tenho andado a ser aquilo que os outros queriam que eu fosse e não aquilo que sou, que também ainda não descobri nem o que é...daí o Tibete, a contemplação....acho que me ajudaria imenso. Li noutro dia um artigo sobre alguém que largou tudo e fez isso e sinceramente invejei-a! Eu sei que é coisa feia a inveja, mas invejei sim senhor, por ter sido capaz de dar um salto de gigante em busca de si própria!!!!

quarta-feira, fevereiro 01, 2006


Charles Gonçalves Pinguinho da Gente

"...
Possivelmente, quando ele nasceu, um anjo bom, desses que vivem nas nuvens, disse: "Vai, Charles, ser músico na vida". Só nessa paródia torta do poema de Drummond posso achar explicação para o fenômeno Charles Gonçalves, menino pobre da periferia de São Paulo, que toca de ouvido com a excelência de um veterano. Á história deste seu primeiro gravação começou numa conversa com Luís Nassif, que me convidou para ouvir um "gênio da flauta". Minha curiosidade aguçou-se quando ele disse que o músico em questão tinha somente 14 anos de idade e tocava nas ruas do centro, aos sábados, em companhia do pai e mais dois irmãos, também menores. A magra féria, no fim da tarde, garantia o sustento da família por toda a semana.No dia seguinte fui com Nassif conferir, em estado de êxtase, a performance do pequeno gênio suburbano: agilidade surpreendente na emissão das notas e improvisos, cadência, respiração, toque sutil e bem timbrado. Convidei o menino para gravar um disco-brinde e sai batalhando patrocínio. Não foi fácil. Sabe Deus quanto andei por aí, tentando motivar empertigados gerentes de marketing que alegavam falta de verba ou, mais francamente, puro e simples desinteresse. Até que Audálio Dantas, Superintendente de Comunicação da ELETROPAULO, obteve o decisivo e entusiástico apoio do presidente da empresa, André Yppolito. Em oito dias o disco foi gravado e depois distribuído como brinde. Explodiu, então, imensa repercussão favorável na imprensa, rádio e TV. A palavra gênio, associada ao nome do garoto, pipocava nas manchetes e até no "Fantástico" da Rede Globo. Muitos textos lembravam Stanley Jordan, o guitarrista que saiu das ruas de Manhattan para os palcos do mundo. Õ famoso Altamiro Carrilho, entrevistado por Geraldo Mayrink, foi enfático: "Agora acredito em reencarnação". Sugeria com isso que Charles recebera o espírito de um grande flautista do passado. ..."

01 Chorinho Antigo (Waldir Azevedo)
02 Bem-te-vi Atrevido (Lina Pesce)
03 Pimguinho de Gente (Altamiro Carrilho)
04Espinha de Bacalhau (Severino Araujo)
05 Doce de Coco
06 Ronda (Paulo Vanzolini)
07 Sonoroso (K-Ximbinho)
08 Apanhei.te Cavaquinho
09 Lamento (Pixinguinha)
10 Primeiro Amor (Patápio Silva)
11 Urubu Malandro (Joao de Barroso/Louro)
12 Valsinha (Chico Buarque/Vinícius de Moraes)