Porque
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
Sophia de Mello Breyner Andresen
3 Comments:
Que bom "regressares" ao Blog. Por vezes - refiro-me ao post anterior - sinto o que passaste, o tempo a fluir por nós e sem dar-mos conta do que evoluímos e de repente: clic! Caímos em nós mesmo já com o "upgrade" instalado! Força nisso! :-) Poema lindo, claro! E viva os Tugas, pronto.
Que linda poesia. Conheci esta poeta somente este ano, pois uma grande intérprete brasileira - Maria Bethânia- fez um cd muito belo com algumas poesias dela.
Um abraço,
Martha
Alguns poemas que li da Sofia tèm muito de ti.Mostra a tua sensibilidade e carácter. Bj
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