quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Pensamentos Inconjuntos.......ou talvez não?!



Ultimamente não tenho escrito nada, parece que ando a falar pelas palavras dos outros, mas a minha mente tem andado tão dispersa que não tenho conseguido alinhavar um discurso coerente para escrever e, então, vou deixando falar o meu espírito e o que mexe comigo nesse dia.....que têm sido as palavras e as músicas dos outros........Há alturas assim!
Apetece-me escrever, mas não me apetece, ou, por outra, não me apetece escrever sobre nada em concreto.
Sinto-me confusa comigo mesma, quero não sei bem o quê. Ainda não consegui concluir qual a essência da vida, parece-me que seja a felicidade, mas qual felicidade?
Ao pensar na vida esta parece-me muito redutora, é muito pequena e tem pouquíssimo tempo para tudo aquilo que me falta aprender, que me falta ensinar, que que me falta fazer. se calhar os meus horizontes é que são demasiado ambiciosos........Às vezes, acho que deviam existir mais vidas, ou então mais eus para poder concretizar tudo o que ambiciono. Acho que um corpo só é pouco para abrigar tantas personalidades que coabitam em mim: a "normal"- a certinha direitinha, a objectiva, a sonhadora, a idealista, a lutadora, a realista, a boa pessoa e a má também... Enfim, into-me assim mais ou menos como um "saco de gatos" em que a coexistência não tem nada de pacífico.....Há muita guerra interna, todas as eus querem fazer-se pervalecer e como gerir isto tudo, então? E o pior ainda é a guerrilha urbana que habita em mim, vai minando, minando....
Quando penso objectivamente, penso como posso ser tão díspar: há a parte "teen" que mantém o sonho, a luta pelos ideais, o pensar que vou mudar o mundo, que quase toda a gente é boa e recta e há a outra, aquela a quem a vida já ensinou umas coisitas(mais do que eu gostaria, confesso!) que lá vem lembrar que é preciso ser realista, calculista, fria, senão não há sucesso neste mundo malfadado no qual vivemos. Sim, porque tenho vindo a concluir que quem se safa são os filhos da p... que para aí andam, quanto mais fazem, mais sucesso a vida lhes proporciona!
Com esta idade ainda me consigo surpreender com as pessoas....sobretudo com pessoas que conheço de vista desde sempre e que depois contacto que pensava que eram uma coisa e são outra.....e têm sucesso!
Por falar em mundo em que vivemos.....será normal sentir tristeza e angústia ao descobrir que uma pessoa que conhecemos em tempos morreu.......há 10 anos? Descobri este fim de semana essa realidade ao arrumar uns CDs antigos meus e do meu irmão, foi como quem me queimou as mãos, ver o nome dessa pessoa escrito no interior da capa do CD com um "in memoriam".....desatei a chorar não sei bem porquê...Ainda há pouco tempo me lembrei do rapaz e pensei que faria ele agora?, que devia ser médico num qualquer hospital deste país e recordei a sua alegria contagiante, o seu sorriso e a sua simplicidade! Doeu tanto ver aquilo ali escrito e mais saber que aquela verdade viveu lá em casa estes anos todos e nunca dei por ela. Achei que devia ser mentira, não podia ser ele, porque ninguém morre aos 20 e poucos anos...Infelizmente já não mantenho contactos desses tempos, pois eram amigos do meu namorado da altura, do qual, também, apesar de tudo o que se passou, lamento ter perdido o contacto, pois era uma pessoa fabulosa. É uma pessoa que admiro, pois embora tendo princípios muito diferentes dos meus a nível ideológico, fruto de uma educação nuito mais à esquerda que a minha, tinha o melhor da cultura comunista: a cultura, a música, o humanismo, mas também tinha um valor que muito aprecio: a ambição...Não me alongo mais, que a elegia não é para ele...que, felizmente, penso estar bem, ser feliz, segundo alguns zunzuns que por vezes me soam, e ter conseguido o que queria da vida. Do fundo do coração, parabéns a ele e fico feliz por sabe-lo assim.
Voltando a mim, estou a ver, naminha mesa de cabeceira, um livro que recebi ontem da Maeve Binchy e cujo nome é apropositado para exprimir exactamente o que sinto: "Sonhos desfeitos"! Quando olho para mim e vejo que, na sua essência, falhei em quase todos os meus sonhos, fico assim, apalermada e, tal como outro livro da mesa de cabeceira, sinto-me "Império à deriva"...parece que ando a escolher as minhas leituras pelo título mas são coincidências....continuando, também cá está outo, que espero vir a ser a salvação: Terapia....sim, que era disso que eu precisava, terapia da alma, do espírito.
Já pensei se seria patológico, se eu serei bipolar, mas não posso saber muito bem, porque, como eu nunca tive propriamente personalidade definida, se leio muito sobre características dos bipolares, vou achá-las todas em mim..... Por falar em definida, já perguntei a psicólogos o significado duma outra característica minha: o facto de não ter caligrafia definida...a minha letra é função das letras que eu vir na altura; na escola quem sofria eram os profs., pois ao fim de 15 dias a minha letra era igual à do colega de carteira.....e, na faculdade, a caligrafia era a dos apontamentos por onde estudava no momento....só que ainda ninguém me conseguiu explicar o que isto é nem o seu porquê. acho que vou mandar um email ao Eduardo Sá, como ele é psicólogo e escreve umas coisas que tenho gostado de ler.....pode ser que descubra o que se passa!
Voltando a mim.......ando definitivamente num período triste, quase depressivo ou será depressivo mesmo? Ando meia alheada, tipo anestesiada da vida e na vida....voltei a vestir-me toda de preto...há anos que isto não acontecia...a ouvir Dead Can Dance, Arcan e Adriano Correia de Oliveira.....já pensei que essa fase estava enterrada....fui buscar o blusão de penas preto ao armário das antiguidades....sim, porque não fora a minha mãe ir pondo fora umas coisas à sucapa, eu ainda hoje tinha as minhas roupas todas...mesmo e sobretudo as pretas....(Desse tempo sobreviveu o blusão de penas! Senti-me tranquila, por momentos com ele!).....e também todas as minhas outras coisas. Imaginam que eu tenho todos os credifones que alguma vez comprei guardados???? Ridículo, não? Eu penso, por vezes, que o meu problema reside todo aí: eu não ponho nada fora(excepto o que é manifestamente lixo)...guardo religiosamente todo o meu espólio a todos os níveis! Espólio de teres, haveres e seres!....Isto mina-me porque me inpede de ver o hoje com clarividência....ou será que por ver o hoje com clarividência é que procedo assim, não me conseguindo desfazer do passado mais distantes??
Será que aos 35 anos se pode ter uma crise existêncial? Eu pensava que era só dos 15 aos 20 e tal, mas afinal parece que não......se calhar estou mesmo a atravessar uma crise existêncial...apetecia-me fazer um retiro desta realidade, ir um ano para um mosteiro para o Tibete, à procura de qualquer coisa, um novo rumo, um novo eu, ou, pelo menos, um eu arrumadinho (como a minha pasta do Soulseek!). Depois de uma fase agnóstica, se calhar estou a ficar mística.....ando á procura de qualquer coisa que me encontre, me dê paz de espírito e tranquilidade....acho que ando à procura de mim!!!!Do meu verdadeiro eu.
Sinto que até qui tenho andado a ser aquilo que os outros queriam que eu fosse e não aquilo que sou, que também ainda não descobri nem o que é...daí o Tibete, a contemplação....acho que me ajudaria imenso. Li noutro dia um artigo sobre alguém que largou tudo e fez isso e sinceramente invejei-a! Eu sei que é coisa feia a inveja, mas invejei sim senhor, por ter sido capaz de dar um salto de gigante em busca de si própria!!!!

4 Comments:

Blogger Leonor said...

Eu questiono permanentemente a minha própria vida mas em vez de me incomodar, acho que se tornou a minha forma de ser ou provavelmente sempre fui assim. Por outro lado, e também me surge muitas vezes esta ideia: o tempo que perdemos a questionar as coisas é tempo que poderíamos ocupar vivendo :)
Beijos grande grandes
(((Mattellaca)))

10:47 da tarde  
Blogger Elsita said...

[[[[[[[[mattellaca]]]]]]
Olha, agarra-te mas é às leituras e não penses tanto no passado, é no futuro que tens que pensar!
Beijokas gds

12:26 da manhã  
Blogger mattellaca said...

((((Papalagui))))
((((Elsita))))

2:15 da tarde  
Blogger shark said...

Olá, colega. Fico vaidoso por encontrar neste teu post uma fotografia minha.
Mas entristece-me que não faças qualquer referência ao autor ou ao blogue de onde a copiaste.
É costume, sabes...

9:09 da manhã  

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